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Entre estéticas e tradições: a moda no limite do conservadorismo

Roupas, regras, relevância e política: a moda limita ou liberta?

O look de Melania Trump, com aquele ar frio e calculado, vai muito além de um simples visual – é praticamente um recado silencioso de poder e distanciamento. É a estética de quem representa uma era conservadora, onde cada detalhe grita ordem e controle.

As peças escolhidas são um manifesto por si só: rígidas, sem espaço para espontaneidade, remetendo à seriedade das fardas militares. Não foi só uma escolha de estilo, foi uma declaração política. O chapéu que cobria os olhos, isolando-a do público, é um símbolo perfeito desse sistema que se fecha em si mesmo, mantendo a sociedade à distância e reforçando uma elite inacessível.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA

Se hoje as maiores tendências de moda giram em torno do minimalismo, da elegância e do look de rica, também existe algo mais profundo aí. Conceitos como clean girlcherry girl e até o aparentemente inocente I’m just a girl carregam um discurso sutilmente conservador. No fim das contas, essa estética “delicada” reforça a ideia da mulher num papel passivo, e até mesmo sem relevância. O retorno das saias midi, dos corsets e das silhuetas balonê não é apenas uma referência aos anos 50 e ao New Look de Dior, mas também um reflexo dessa busca por um passado que se vende como seguro e estável – mesmo que não tenha sido para todo mundo.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 1

E nesse cenário, o lugar da mulher fica bem demarcado. Figuras como Melania Trump, que seguem um código visual impecável e ocupam espaços privilegiados, são um ótimo exemplo de como a moda pode ser uma prisão disfarçada de poder. Mesmo no topo, essas mulheres ainda estão cercadas por normas que definem o que podem ou não podem ser, preservando uma estrutura que exclui qualquer alternativa mais livre e plural.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 2

A relação entre moda e política vai muito além das tendências ou do look de uma primeira-dama. É sobre como a sociedade impõe regras sutis e nos leva a segui-las sem perceber seus verdadeiros significados. Existe uma batalha invisível entre o que é considerado “divino” e o que é “mundano”, como se nosso estilo e comportamento precisassem seguir uma moral superior para que sejamos levadas a sério. E, na prática, tudo isso só serve para manter o controle nas mãos de quem sempre o teve.

Esses tempos eu li uma frase de um livro de Hermann Hesse que me marcou: “Aquele que acha mais cômodo não ter que pensar por si mesmo e ser seu próprio juiz acaba por submeter-se às proibições vigentes. Acha isso mais simples. Mas há outros que sentem em si mesmos a sua própria lei.” No fim das contas, a moda também é sobre isso: questionar, quebrar expectativas e se libertar do que tentam nos impor como certo ou adequado. E se para isso for preciso ser brega, cafona ou “exagerada”, que seja – o que importa é seguir o seu verdadeiro estilo.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 4

Moda não é só uma distração, é um reflexo profundo da sociedade. Está além das tendências, além do tempo. Fala sobre nossa história, nossos medos, nossos anseios e, principalmente, sobre como escolhemos nos posicionar diante do caos. No final das contas, o que vestimos não é só estética, é um ato político. E a pergunta que fica é: você está se vestindo para quem?

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Júlia Pereira

Redatora | Editora de Conteúdo

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O look de Melania Trump, com aquele ar frio e calculado, vai muito além de um simples visual – é praticamente um recado silencioso de poder e distanciamento. É a estética de quem representa uma era conservadora, onde cada detalhe grita ordem e controle.

As peças escolhidas são um manifesto por si só: rígidas, sem espaço para espontaneidade, remetendo à seriedade das fardas militares. Não foi só uma escolha de estilo, foi uma declaração política. O chapéu que cobria os olhos, isolando-a do público, é um símbolo perfeito desse sistema que se fecha em si mesmo, mantendo a sociedade à distância e reforçando uma elite inacessível.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA

Se hoje as maiores tendências de moda giram em torno do minimalismo, da elegância e do look de rica, também existe algo mais profundo aí. Conceitos como clean girlcherry girl e até o aparentemente inocente I’m just a girl carregam um discurso sutilmente conservador. No fim das contas, essa estética “delicada” reforça a ideia da mulher num papel passivo, e até mesmo sem relevância. O retorno das saias midi, dos corsets e das silhuetas balonê não é apenas uma referência aos anos 50 e ao New Look de Dior, mas também um reflexo dessa busca por um passado que se vende como seguro e estável – mesmo que não tenha sido para todo mundo.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 1

E nesse cenário, o lugar da mulher fica bem demarcado. Figuras como Melania Trump, que seguem um código visual impecável e ocupam espaços privilegiados, são um ótimo exemplo de como a moda pode ser uma prisão disfarçada de poder. Mesmo no topo, essas mulheres ainda estão cercadas por normas que definem o que podem ou não podem ser, preservando uma estrutura que exclui qualquer alternativa mais livre e plural.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 2

A relação entre moda e política vai muito além das tendências ou do look de uma primeira-dama. É sobre como a sociedade impõe regras sutis e nos leva a segui-las sem perceber seus verdadeiros significados. Existe uma batalha invisível entre o que é considerado “divino” e o que é “mundano”, como se nosso estilo e comportamento precisassem seguir uma moral superior para que sejamos levadas a sério. E, na prática, tudo isso só serve para manter o controle nas mãos de quem sempre o teve.

Esses tempos eu li uma frase de um livro de Hermann Hesse que me marcou: “Aquele que acha mais cômodo não ter que pensar por si mesmo e ser seu próprio juiz acaba por submeter-se às proibições vigentes. Acha isso mais simples. Mas há outros que sentem em si mesmos a sua própria lei.” No fim das contas, a moda também é sobre isso: questionar, quebrar expectativas e se libertar do que tentam nos impor como certo ou adequado. E se para isso for preciso ser brega, cafona ou “exagerada”, que seja – o que importa é seguir o seu verdadeiro estilo.

SUBSTACK O CONSERVADORISMO E A MODA 4

Moda não é só uma distração, é um reflexo profundo da sociedade. Está além das tendências, além do tempo. Fala sobre nossa história, nossos medos, nossos anseios e, principalmente, sobre como escolhemos nos posicionar diante do caos. No final das contas, o que vestimos não é só estética, é um ato político. E a pergunta que fica é: você está se vestindo para quem?

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